terça-feira, 2 de setembro de 2008

Qumran


Uma das grandes descobertas da arqueologia bíblica deu-se em meados do século XX
Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado na margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó, a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém na costa do Mar Morto, em Israel. Nessa região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não há precipitações. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações é seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando em um cheiro de enxofre.
École Biblique et Archéologique Française de Jerusalém” desenvolveu pesquisas em Qumran e arredores desde o final da década de 40 até 1956. O chefe da equipe, no período de 1951 a 1956 foi o frei dominicano Roland Guérin de Vaux (1899-1971).
As jarras de cerâmica que continham os rolos escritos de couro e papiro foram encontradas por Mohamed al-Dib, um pastor de 15 anos. Nas décadas de 1950 e 1960, 11 grutas de Qumran por membros da seita judaica dos essênios, que ali viveram de meados do século II a.C. até 68 da era cristã, e cuja existência é mencionada pelos historiadores Flávio Josefo, Tácito e Plínio. Os documentos teriam sido enterrados durante a guerra dos judeus contra os romanos, no ano 70 da era cristã.
Os mais importantes dentre os manuscritos são: Aproximadamente 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã um rolo do livro de Isaías, em excelente estado de conservação, com cerca de duas mil variantes do texto aceito pela exegese hebraica; uma paráfrase livre, em aramaico, do Gênesis; uma tradução aramaica do livro de Jó, com apenas 38 colunas parcialmente conservadas; 13 manuscritos com textos dos profetas e salmos, incluindo referências históricas à vida da comunidade; vários livros apócrifos judaicos, como o Livro dos jubileus, o Livro de Enoc, os Testamentos de Levi e Neftali, com a tradução em hebraico ou aramaico de obras até então só conhecidas em traduções gregas ou etíopes; a Regra da comunidade ou Manual de disciplina, da qual está completo um manuscrito que mistura doutrina teológica com prescrições práticas; a Regra da congregação, que determina especialmente a precedência entre o Messias sacerdotal e o Messias militar e político; e A guerra dos filhos da luz contra os filhos da treva, que prevê o massacre de todos os pagãos e judeus estranhos à comunidade.
Perto das cavernas de Qumran foram encontrados restos de um "mosteiro" do povo que criava os manuscritos, os Essênios.